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GRAÇA E PAZ MEUS IRMÃOS: O Projeto Dai-me Almas,é um grupo missionario que esta nascendo na nossa cidade.Nossa missão é levar a palavra de Deus atraves da promoção e organização de encontros de primeiro anuncio,Aprofundamento,Formação e cura e libertação. e tambem fazemos trabalhos socias como visita a Asilos,orfanatos e hospitais levando a palavra de Deus aos mais necessitados. para saber mais: e-mail:missaofazeidiscipulos@bol.com.br tel.:(32)8701-8599

domingo, 31 de março de 2013

Jesus Ressuscitou. Aleluia!!!!

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Neste Ano da Fé, somos convidados a mergulharmos mais profundamente no mistério da Ressurreição do Senhor, deixemo-nos envolver por este mistério. O Papa Bento XVI, no seu livro “Jesus de Nazaré – Parte II: Da entrada a Jerusalém até à Ressurreição” diz: “Somente se Jesus ressuscitou é que aconteceu algo de verdadeiramente novo, que muda o mundo e a situação do homem. Então, Ele, Jesus, torna-Se o critério em que nos podemos fiar; porque, então, Deus manifestou-Se verdadeiramente”, p. 198. Mais adiante, ele afirma: “Na ressurreição de Jesus, foi alcançada uma nova possibilidade de ser homem, uma possibilidade que interessa a todos e abre um futuro, um novo gênero de futuro para os homens”, p. 199. Abre, portanto, a vida eterna para o ser humano, pois com a ressurreição de Jesus a morte não mais a ultima palavra.
Agora, olhemos o tema da ressurreição de Jesus no Catecismo da Igreja Católica, que “é texto de referência, seguro e autêntico, para o ensino da doutrina católica” Beato Joao Paulo II, Constituição Apostólica Fidei Depositum. Afirma o Catecismo: “A Ressurreição de Jesus é a verdade culminante de nossa fé em Cristo, crida e vivida como verdade central pela primeira comunidade cristã, transmitida como fundamental pela Tradição, estabelecida pelos documentos do Novo Testamento, pregada, juntamente com a Cruz como parte essencial do Mistério Pascal” (CIgC, 638).
“O mistério da Ressurreição de Cristo é um acontecimento real que teve manifestações historicamente constatadas, como atesta o Novo Testamento. Já S. Paulo escrevia aos Coríntios pelo ano 56: “Eu vos transmiti… o que eu mesmo recebi: Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras. Foi sepultado, ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. Apareceu a Cefas, e depois aos Doze” (1Cor 15, 3-4). O apostolo fala aqui da viva tradição da Ressurreição, que ficou conhecendo após sua conversão às portas de Damasco” (CIgC, 639).
“A Ressurreição de Cristo não constituiu uma volta à vida terrestre, como foi o caso das ressurreições que Ele havia realizado antes da Pascoa: a filha de Jairo, o jovem de Naim e Lázaro… A Ressurreição de Cristo é essencialmente diferente. Em seu corpo ressuscitado, ele passa de um estado de morte para outra vida, para além do tempo e do espaço. Na Ressurreição, o corpo de Jesus é repleto do poder do Espírito Santo; participa da vida divina no estado de sua glória, de modo que Paulo pode chamar a Cristo de ‘o homem celeste’” (CIgC, 646).
“A Ressurreição constitui antes de mais nada a confirmação de tudo o que o próprio Cristo fez e ensinou… A Ressurreição de Cristo é cumprimento das promessas do Antigo Testamento e do próprio Jesus durante sua vida terrestre. A expressão “segundo as Escrituras” indica que a Ressurreição de Cristo realiza essas” ” (CIgC, 651 e 652).
“A verdade da divindade de Jesus é confirmada por sua Ressurreição. Dissera Ele: “quando tiverdes elevado o Filho do Homem, então sabereis que EU SOU” (Jo 8,28). A Ressurreição do Crucificado demonstrou que ele era verdadeiramente “Eu Sou”, o Filho de Deus e Deus mesmo” CIgC, 653).
Lembremos ainda que “há um duplo aspecto no Mistério Pascal: por sua Morte Jesus nos libertou do pecado, por sua Ressurreição Ele abre as portas de uma vida nova” (CIgC, 654).
Não nos esqueçamos de que “a Ressurreição de Cristo – e o próprio Cristo ressuscitado – é principio e fonte de nossa ressurreição futura: ‘Cristo ressuscitou dos mortos, primícias dos que adormeceram… assim como todos morrem em Adão, em Cristo todos receberão a vida [1Cor 15, 20-22]’. Na expectativa desta realização, Cristo ressuscitado vive no coração de seus fiéis” (CIgC, 655).

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Quaresma

 Tempo de Oração, Jejum e Caridade Quaresma, tempo "forte" de oração, jejum e atenção aos necessitados, oferece a todo cristão a possibilidade de se preparar para a Páscoa fazendo um sério discernimento da própria vida, confrontando-se de maneira especial com a Palavra de Deus, que ilumina o itinerário cotidiano dos fiéis. O que é a quaresma A quaresma é o tempo litúrgico de conversão, que a Igreja marca para nos preparar para a grande festa da Páscoa. É tempo para nos arrepender dos nossos pecados e de mudar algo de nós para sermos melhores e poder viver mais próximos de Cristo. A Quaresma dura 40 dias; começa na Quarta-feira de Cinzas e termina no Domingo de Ramos. Ao longo deste tempo, sobretudo na liturgia do domingo, fazemos um esfoço para recuperar o ritmo e estilo de verdadeiros fiéis que devemos viver como filhos de Deus. A cor litúrgica deste tempo é o roxo, que significa luto e penitência. É um tempo de reflexão, de penitência, de conversão espiritual; tempo e preparação para o mistério pascal. Na Quaresma, Cristo nos convida a mudar de vida. A Igreja nos convida a viver a Quaresma como um caminho a Jesus Cristo, escutando a Palavra de Deus, orando, compartilhando com o próximo e praticando boas obras. Nos convida a viver uma série de atitudes cristãs que nos ajudam a parecer mais com Jesus Cristo, já que por ação do pecado, nos afastamos mais de Deus. Por isso, a Quaresma é o tempo do perdão e da reconciliação fraterna. Cada dia, durante a vida, devemos retirar de nossos corações o ódio, o rancor, a inveja, os zelos que se opõem a nosso amor a Deus e aos irmãos. Na Quaresma, aprendemos a conhecer e apreciar a Cruz de Jesus. Com isto aprendemos também a tomar nossa cruz com alegria para alcançar a glória da ressurreição. 40 dias A duração da Quaresma está baseada no símbolo do número quarenta na Bíblia. Nesta, é falada dos quarenta dias do dilúvio, dos quarenta anos de peregrinação do povo judeu pelo deserto, dos quarenta dias e Moisés e de Elias na montanha, dos quarenta dias que Jesus passou no deserto antes de começar sua vida pública, dos 400 anos que durou o exílio dos judeus no Egito. Na Bíblia, o número quatro simboliza o universo material, seguido de zeros significa o tempo de nossa vida na terra, seguido de provações e dificuldades. A prática da Quaresma data do século IV, quando se dá a tendência a constituí-la em tempo de penitência e de renovação para toda a Igreja, com a prática do jejum e da abstinência. Conservada com bastante vigor, ao menos em um princípio, nas Igrejas do oriente, a prática penitencial da Quaresma tem sido cada vez mais abrandada no ocidente, mas deve-se observar um espírito penitencial e de conversão. Quarta-feira de Cinzas Com a imposição das cinzas, inicia-se uma estação espiritual particularmente relevante para todo cristão que quer se preparar dignamente para viver o Mistério Pascal, quer dizer, a Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor Jesus. Este tempo vigoroso do Ano litúrgico se caracteriza pela mensagem bíblica que pode ser resumida em uma palavra: " matanoeiete", que quer dizer "Convertei-vos". Este imperativo é proposto à mente dos fiéis mediante o austero rito da imposição das cinzas, o qual, com as palavras "Convertei-vos e crede no Evangelho" e com a expressão "Lembra-te de que és pó e para o pó voltarás", convida a todos a refletir sobre o dever da conversão, recordando a inexorável caducidade e efêmera fragilidade da vida humana, sujeita à morte. A sugestiva cerimônia das cinzas eleva nossas mentes à realidade eterna que não passa jamais, a Deus; princípio e fim, alfa e ômega de nossa existência. A conversão não é, com efeito, nada mais que um voltar a Deus, valorizando as realidades terrenas sob a luz indefectível de sua verdade. Uma valorização que implica uma consciência cada vez mais diáfana do fato de que estamos de passagem neste fadigoso itinerário sobre a terra, e que nos impulsiona e estimula a trabalhar até o final, a fim de que o Reino de Deus se instaure dentro de nós e triunfe em sua justiça. Sinônimo de "conversão", é também a palavra "penitência" … Penitência como mudança de mentalidade. Penitência como expressão de livre positivo esforço no seguimento de Cristo. Tradição Na Igreja primitiva, variava a duração da Quaresma, mas eventualmente começava seis semanas (42 dias) antes da Páscoa. Isto só dava por resultado 36 dias de jejum (já que se excluem os domingos). No século VII foram acrescentados quatro dias antes do primeiro domingo da Quaresma estabelecendo os quarenta dias de jejum, para imitar o jejum de Cristo no deserto. Era prática comum em Roma que os penitentes começassem sua penitência pública no primeiro dia de Quaresma. Eles eram salpicados de cinzas, vestidos com saial e obrigados a manter-se longe até que se reconciliassem com a Igreja na Quinta-feira Santa ou a Quinta-feira antes da Páscoa. Quando estas práticas caíram em desuso (do século VIII ao X) o início da temporada penitencial da Quaresma foi simbolizada colocando cinzas nas cabeças de toda a congregação. Hoje em dia na Igreja, na Quarta-feira de Cinzas, o cristão recebe uma cruz na fronte com as cinzas obtidas da queima das palmas usadas no Domingo de Ramos do ano anterior. Esta tradição da Igreja ficou como um simples serviço em algumas Igrejas protestantes como a anglicana e a luterana. A Igreja Ortodoxa começa a quaresma a partir da segunda-feira anterior e não celebra a Quarta-feira de Cinzas. O Tempo da Quaresma I. O TEMPO DE QUARESMA 1. Um tempo com características próprias. A Quaresma é o tempo que precede e dispõe à celebração da Páscoa. Tempo de escuta da Palavra de Deus e de conversão, de preparação e de memória do Batismo, de reconciliação com Deus e com os irmãos, de recurso mais freqüente às “armas da penitência cristã”: a oração, o jejum e a esmola (ver MT 6,1-6.16-18). De maneira semelhante como o antigo povo de Israel partiu durante quarenta anos pelo deserto para ingressar na terra prometida, a Igreja, o novo povo de Deus, prepara-se durante quarenta dias para celebrar a Páscoa do Senhor. Embora seja um tempo penitencial, não é um tempo triste e depressivo. Trata-se de um tempo especial de purificação e de renovação da vida cristã para poder participar com maior plenitude e gozo do mistério pascal do Senhor. A Quaresma é um tempo privilegiado para intensificar o caminho da própria conversão. Este caminho supõe cooperar com a graça, para dar morte ao homem velho que atua em nós. Trata-se de romper com o pecado que habita em nossos corações, nos afastar de todo aquilo que nos separa do Plano de Deus, e por conseguinte, de nossa felicidade e realização pessoal. A Quaresma é um dos quatro tempos fortes do ano litúrgico e isso deve ver-se refletido com intensidade em cada um dos detalhes de sua celebração. Quanto mais forem acentuadas suas particularidades, mais frutuosamente poderemos viver toda sua riqueza espiritual. Portanto é preciso se esforçar, entre outras coisas: - Para que se capte que neste tempo são distintos tanto o enfoque das leituras bíblicas (na Santa missa praticamente não há leitura contínua), como o dos textos eucológicos (próprios e determinados quase sempre de modo obrigatório para cada uma das celebrações). - Para que os cantos, sejam totalmente distintos dos habituais e reflitam a espiritualidade penitencial, própria deste tempo. - Por obter uma ambientação sóbria e austera que reflita o caráter de penitencia da Quaresma. 2. Sentido da Quaresma. O primeiro que devemos dizer ao respeito é que a finalidade da Quaresma é ser um tempo de preparação à Páscoa. Por isso se está acostumado a definir à Quaresma, “como caminho para a Páscoa”. A Quaresma não é portanto um tempo fechado em si mesmo, ou um tempo “forte” ou importante em si mesmo. É mas bem um tempo de preparação, e um tempo “forte”, assim que prepara para um tempo “mais forte” ainda, que é a Páscoa. O tempo de Quaresma como preparação à Páscoa se apóia em dois pilares: por uma parte, a contemplação da Páscoa de Jesus; e por outra parte, a participação pessoal na Páscoa do Senhor através da penitência e da celebração ou preparação dos sacramentos pascais –batismo, confirmação, reconciliação, eucaristia-, com os que incorporamos nossa vida à Páscoa do Senhor Jesus. nos incorporar ao “mistério pascal” de Cristo supõe participar do mistério de sua morte e ressurreição. Não esqueçamos que o Batismo nos configura com a morte e ressurreição do Senhor. A Quaresma procura que essa dinâmica batismal (morte para a vida) seja vivida mais profundamente. trata-se então de morrer a nosso pecado para ressuscitar com Cristo à verdadeira vida: “Eu lhes asseguro que se o grão de trigo…morre dará fruto” (Jo 20,24). A estes dois aspectos terá que acrescentar finalmente outro matiz mais eclesiástico: a Quaresma é tempo apropriado para cuidar a catequese e oração das crianças e jovens que se preparam à confirmação e à primeira comunhão; e para que toda a Igreja ore pela conversão dos pecadores. 3. Estruturas do tempo de Quaresma. Para poder viver adequadamente a Quaresma é necessário esclarecer os diversos planos ou estruturas em que se move este tempo. Em primeiro lugar, é preciso distinguir a “Quaresma dominical”, com seu dinamismo próprio e independente, da “Quaresma das feiras”. A. A “Quaresma dominical”. Nela se distinguem diversos blocos de leituras. Além disso o conjunto dos cinco primeiros domingos, que formam como uma unidade, contrapõem-se ao último domingo –Domingo de Ramos na Paixão do Senhor-, que forma mas bem um todo com as feiras da Semana Santa, e inclusive com o Tríduo Pascal. B. A “Quaresma ferial”. Cabe também assinalar nela dois blocos distintos: - O das Feiras das quatro primeiras semanas, centradas sobre tudo na conversão e a penitência. - E o das duas últimas semanas, no que, a ditos temas, sobrepõe-se, a contemplação da Paixão do Senhor, a qual se fará ainda mais intensa na Semana Santa. Ao organizar, pois, as celebrações feriais, terá que distinguir estas duas etapas, sublinhando na primeira os aspectos de conversão (as orações, os prefácios, as preces e os cantos da missa ajudarão a isso). E, a partir da segunda-feira da V Semana, mudando um pouco o matiz, quer dizer, centrando mais a atenção na cruz e na morte do Senhor (sobre tudo as orações da missa e o prefácio I da Paixão do Senhor, tomam este novo matiz). No fundo, há aqui uma visão teologicamente muito interessante: a conversão pessoal, que consiste no passado do pecado à graça (santidade), incorpora-se com um “crescendo” cada vez mais intenso, à Páscoa do Senhor: é só na pessoa do Senhor Jesus, nossa cabeça, onde a Igreja, seu corpo místico, passa da morte à vida. Digamos finalmente que seria muito bom sublinhar com maior intensidade as feiras da última semana de Quaresma –a Semana Santa- nas que a contemplação da cruz do Senhor se faz quase exclusivamente (Prefácio II da Paixão do Senhor). Para isso, seria muito conveniente que, nesta última semana ficassem alguns sinais extraordinários que recalcassem a importância destes últimos dias. Embora as rubricas assinalam alguns destes sinais, como por exemplo o fato que estes dias não se permite nenhuma celebração alheia (nem que se trate de solenidades); a estes sinais terá que somar alguns de mais fácil compreensão para os fiéis, para evidenciar assim o caráter de suma importância que têm estes dias: por exemplo o canto da aclamação do evangelho; a bênção solene diária ao final da missa (bênções solenes, formulário “Paixão do Senhor”); uso de vestimentas roxas mais vistosas, etc. 4. O lugar da celebração. Deve-se procurar a maior austeridade possível, tanto para o altar, o presbitério, e outros lugares e elementos celebrativos. Unicamente se deve conservar o que for necessário para que o lugar seja acolhedor e ordenado. A austeridade dos elementos com que se apresenta nestes dias a igreja (o templo), contraposta à maneira festiva com que se celebrará a Páscoa e o tempo pascal, ajudará a captar o sentido de passagem” (páscoa = passagem) que têm as celebrações deste ciclo. Durante a Quaresma há que suprimir as flores (as que podem ser substituídas por plantas ornamentais), os tapetes não necessários, a música instrumental, a não ser que seja de tudo imprescindível para um bom canto. Uma prática que em algumas Igrejas poderia ser expressiva é a de cobrir o altar, fora da celebração eucarística, com um pano de tecido roxo. Finalmente é preciso lembrar que a mesma austeridade em flores e adornos deve também aplicar-se ao lugar da reserva eucarística e à bênção com o Santíssimo, pois deve haver uma grande coerência entre o culto que se dá ao Santíssimo e a celebração da missa. La mesma coerência deve manifestar-se entre a liturgia e as expressões da piedade popular. Assim, pois, tampouco cabem elementos festivos, durante os dias quaresmais e de Semana Santa, nem no altar da reserva nem na exposição do Santíssimo. 5. Solenidades, festas e memórias durante a Quaresma. Outro ponto que deve cuidar-se é o das maneiras de celebrar as festas do Santoral durante a Quaresma. O fator fundamental consiste em procurar que a Quaresma não fique obscurecida por celebrações alheias à mesma. Precisamente para obter este fim, o Calendário romano procurou afastar deste tempo as celebrações dos Santos. De fato durante todo o longo período quaresmal, só se celebram um máximo de quatro festividades (além de alguma solenidade ou festa dos calendários particulares): São Cirilo e São Metódio (14 de fevereiro); a Cátedra de São Pedro (22 de fevereiro); São José, casto esposo da Virgem Maria (19 de março) e a Anunciação do Senhor (25 de março). Em todo caso na maneira de celebrar estas festas não deverá dar a impressão de que se “interrompe a Quaresma”, mas sim terá que inscrever estas festas na espiritualidade e a dinâmica deste tempo litúrgico. Com respeito à memória dos Santos, terá que recordar que durante a Quaresma todas elas são livres e se se celebrarem, deve-se fazer com ornamentos roxos, e do modo como indicam as normas litúrgicas. II. AS LEITURAS BÍBLICAS DA QUARESMA. 1. Visão de conjunto. Desde o primeiro momento é bom assinalar o fato de que neste tempo a temática dos diversos sistemas de leituras é muito mais variada que nos outros ciclos litúrgicos. Embora todos os lecionários deste tempo tenham uma cortina de fundo comum, a renovação da vida cristã pela conversão, esta temática se presente desde ópticas muito diversas, cada uma das quais tem seus matizes próprios e distintos. Se esta diversidade de enfoques se esquecer, se se unificar e reduz o conjunto a uma temática única, muitas das leituras litúrgicas passarão, virtualmente, desapercebidas; fenômeno este que infelizmente ocorre mais de uma vez. Devemos, pois, sublinhar em primeiro lugar que a característica principal das leituras de Quaresma não estriba tanto na “novidade” de umas leituras que se vão descobrindo graças aos lecionários conciliares, quanto na abundância de linhas concomitantes que é preciso unir espiritualmente, de modo que cada uma delas contribua sua contribuição à renovação quaresmal de quem usa os citados lecionários. A atitude fundamental frente às leituras quaresmais deve ser, sobre tudo, a de uma escuta repousada e penetrante que ajude a que o espírito se vá impregnando progressivamente dos critérios da fé, há vezes suficientemente conhecidos, mas não suficientemente interiorizados e feitos vida. Não se trata de “meditações” mais ou menos intelectualizantes, como de uma contemplação “gozosa”do Plano de Deus sobre a pessoa humana e sua história, e de uma escuta atenta frente ao chamado de Deus a uma conversão que nos leve a paz e à felicidade. No conjunto dos Lecionários quaresmais emergem com facilidade algumas linhas de força nas que deve centrar a conversão quaresmal. Esta conversão esta muito longe de limitar-se a um mero melhoramento moral. É mas bem uma conversão radical a Cristo, o Homem novo, para existir nele (ver Col 2,7). Está linhas de força são as seguintes: A. A meditação na história da salvação: realizada Por Deus-Amor em favor da pessoa humana criada a sua imagem e semelhança. Devemos “nos converter” de uma vida egocêntrica, onde o ser humano vive encerrado em sua mentira existencial, a uma vida de comunhão com o Senhor, o Caminho, a Verdade e a Vida, que nos leva a Pai no Espírito Santo. B. A vivência do mistério pascal como culminação desta história Santa: devemos “nos converter”da visão de um Deus comum a todo ser humano, à visão do Deus vivo e verdadeiro que se revelou plenamente em seu único Filho, Cristo Jesus e em sua vitória pascal presente nos sacramentos de sua Igreja: “Tanto amou Deus ao mundo que deu a seu Filho único, para que tudo o que nele crer não pereça, mas sim tenha vida eterna”(Jo 3,16). C. O combate espiritual, que exige a cooperação ativa com a graça em ordem a morrer ao homem velho e ao próprio pecado para dar passo à realidade do homem novo em Cristo. Em outras palavras, a luta pela santidade, exigência que recebemos no santo Batismo. Estas três linhas devem propor-se todas em simultâneo. A primeira linha de força –a meditação da História da Salvação- temo-la principalmente nas leituras do Antigo Testamento dos domingos e nas leituras da Vigília Pascal. A segunda –a vivência do mistério pascal como culminação da história Santa-, nos evangelhos dos domingos III, IV e V (os sacramentais pascais) e, pelo menos em certa maneira, nos evangelhos feriais a partir da segunda-feira da semana IV (oposição de Jesus ao mal –“os judeus”- que termina com a vitória pascal de Jesus sobre a morte, mal supremo). A terceira linha –o combate espiritual, a vida em Cristo, a vida virtuosa e Santa- aparece particularmente nas leituras apostólicas dos domingos e no conjunto das leituras feriais da missa das três primeiras semanas. Vale a pena sublinhar que as três linhas de força de que vamos falando se acham, com maior ou menor intensidade, ao alcance de todos os fiéis: dos que só participam da missa dominical aos que tomam parte além na eucaristia dos dias feriais. Com intensidades diversas mas com um conteúdo fundamentalmente idêntico, todos os fiéis bebem, através da liturgia quaresmal, em uma fonte que lhes convida à conversão sob todos seus aspectos. 2. Missas dominicais. As leituras dominicais de Quaresma têm uma organização unitária, que terá que ter presente na pregação. As leituras do Antigo Testamento seguem sua própria linha, que não tem uma relação direta com os evangelhos, como o resto do ano. Uma linha importante para compreender a História da Salvação. Os Evangelhos seguem também uma temática organizada e própria. E as leituras que se fazem em segundo lugar, as apostólicas, estão pensadas como complementares das anteriores. A. A primeira leitura tem neste tempo de Quaresma uma intenção clara: apresentar os grandes temas da História da Salvação, para preparar o grande acontecimento da Páscoa do Senhor: - A criação e origem do mundo (primeiro domingo). - Abraão, pai dos fiéis (segundo domingo). - O Êxodo e Moisés (terceiro domingo). - A história de Israel, centrada sobre tudo em Davi (quarto domingo). - Os profetas e sua mensagem (quinto domingo). - O Servo de Yahvé (domingo de Ramos). Estas etapas se proclamam de modo mais direto no Ciclo A, em seus momentos culminantes. No Ciclo B se centram sobre tudo no tema da Aliança (com o Noé, com o Abraão, com Israel, o exílio, o novo louvor anunciado por Jeremias). No Ciclo C, as mesmas etapas se vêem mas bem do prisma do culto (oferendas de primícias, celebração da Páscoa, etc.). No sexto domingo, ou domingo de Ramos na Paixão do Senhor, invariavelmente se proclama o canto do Servo de Yahvé, por Isaías. Estas etapas representam uma volta à fonte: a história das atuações salvíficas de Deus, que preparam o acontecimento central: o mistério Pascal do Senhor Jesus. Na pregação terá que levar em conta esta progressão, para não perder de vista o caminho para a Páscoa. B. A leitura Evangélica tem também sua coerência independente ao longo das seis semanas: - primeiro domingo: o tema das tentações de Jesus no deserto, lidas em cada ciclo segundo seu evangelista; o tema dos quarenta dias, o tema do combate espiritual. - segundo domingo: a Transfiguração, lida também em cada ciclo segundo o próprio evangelista; de novo o tema dos quarenta dias (Moisés, Elias, Cristo) e a preparação pascal; a luta e a tentação levam a vida. - terceiro domingo, quarto e quinto: apresentação dos temas catequéticos da iniciação cristã: a água, a luz, a vida. No Ciclo A: os grandes temas batismais de São João: a samaritana (água), o cego (luz), Lázaro (vida). No Ciclo B: tema paralelos, também de São João: o Templo, a serpente e Jesus Servo. No Ciclo C: temas de conversão e misericórdia: iniciação a outro Sacramento quaresmal-pascal: a Penitência. Sexto domingo: a Paixão de Jesus, cada ano segundo seu evangelista (reservando a Paixão de São João para a Sexta-feira Santa). O pregador deve levar em conta esta unidade e ajudar a que a comunidade vá desentranhando os diversos aspectos de sua marcha para a Páscoa, não ficando, por exemplo no tema da tentação ou da penitência, mas sim entrando também aos temas batismais: Cristo e sua Páscoa são para nós a chave da água viva, da luz verdadeira e da nova vida. C. A segunda leitura está pensada como complemento dos grandes temas da História da Salvação e da preparação evangélica à Páscoa. Temas espirituais, relativos ao processo de fé e conversão e a concretização moral dos temas quaresmais: a fé, a esperança, o amor, a vida espiritual, filhos da luz, etc. 3. Missas feriais. Este grupo de leituras tem grande influencia na vida espiritual daqueles cristãos que acostumam a participar ativamente na eucaristia diária. É bom assinalar que o lecionário ferial de Quaresma foi construindo-se ao longo de vários séculos e antes da reforma conciliar sempre foi o mais rico de todo o ano litúrgico. A reforma litúrgica o respeitou por sua antiga tradição e riqueza. Ao haver-se construído com os séculos, sua temática é bastante variada e muito longínqua, portanto, pelo que é uma leitura contínua ou um plano concebido de conjunto, que são as formas às que nos tem acostumados os lecionários saídos da reforma conciliar. O atual lecionário ferial da missa divide a Quaresma em duas partes: por um lado, temos os dias que vão desde Quarta-feira de Cinzas até sábado da III semana; e por outro, as feiras que discorrem desde segunda-feira de IV semana até o começo do Tríduo Pascal. 1. Na primeira parte da Quaresma (Quarta-feira de Cinzas até na sábado de III semana), as leituras vão apresentando, positivamente, as atitudes fundamentais do viver cristão e, negativamente, a reforma dos defeitos que obscurecem nosso seguimento de Jesus. Nestas feiras, ambas as leituras revistam ter unidade temática bastante marcada, que insiste em temas como a conversão, o sentido do tempo quaresmal, o amor ao próximo, a oração, a intercessão da Igreja pelos pecadores, o exame de conscientiza, etc. Nas origens da organização da Quaresma, só havia missa (além disso do Domingo), os dias quarta-feira e sexta-feira. Por este motivo o lecionário de Quaresma privilegia as leituras destes dois dias com leituras de maior importância que as das restantes feiras. Tais leituras costumam ser relativas à paixão e à conversão. 2. Na segunda parte da Quaresma, (a partir da Segunda-feira da IV semana até o Tríduo Pascal), o lecionário mudar de perspectiva: oferece-se uma leitura contínua do evangelho segundo São João, escolhendo sobre tudo os fragmentos nos que se propõe a oposição crescente entre Jesus e os “judeus”. Esta meditação do Senhor enfrentando-se com o mal, personalizado por São João nos “judeus”, está chamada a fortalecer a luta quaresmal não só em uma linha ascética, mas também principalmente no contexto da comunhão com Cristo, o único vencedor absoluto do mal. Nestas feiras, as leituras não estão tão ligadas tematicamente uma em relação à outra, mas sim apresentam, de maneira independente, por um lado a figura do Servo do Senhor ou de outro personagem (Jeremias especialmente), que deve ser como imagem e profecia do Salvador crucificado; e, por outro, o desenvolvimento da trama que culminará na morte e vitória de Cristo. Finalmente é bom indicar que a partir da segunda-feira da semana IV aparece um tema possivelmente não muito conhecido: o conjunto dinâmico que, partindo das “obras” e “palavras” do Senhor Jesus, chega até o acontecimento de sua “hora”. Para não poucos pode ser aconselhável fazer um esforço de meditação continuada nestes evangelhos em sua trama progressiva. Este tema pode resultar muito enriquecedor. Embora se conheçam às vezes os textos, poucas vezes se descoberto o significado dinâmico que une o conjunto destas leituras, conjunto que desemboca na “hora”de Jesus, quer dizer em sua glorificação através da morte que celebramos no Tríduo pascal. III. NORMAS LITÚRGICAS. 1. Com respeito ao conjunto das celebrações. Omite-se sempre o “Aleluia” em toda celebração. Manda-se suprimir os adornos e flores da igreja, exceto o IV Domingo. (Domingo da alegria em nosso caminho para a Páscoa). Igualmente se suprime a música de instrumentos (exceto o IV Domingo), a não ser que sejam indispensáveis para acompanhar algum canto. As mesmas expressões de austeridade em flores e música se terão no altar da reserva eucarística e nas celebrações extra-litúrgicas, e nas manifestações de piedade popular. 2. Com respeito às celebrações da eucaristia. Exceto nos domingos e nas solenidades e festas que têm prefácio próprio, cada dia se diz qualquer dos cinco prefácios de Quaresma. Os domingos se omite o hino do “Glória”. Este hino, diz-se apenas nas solenidades e festas. Antes da proclamação do evangelho, tanto nas missas do domingo como nas solenidades, festas e feiras, o canto do “Aleluia” se substitui por alguma outra aclamação a Cristo. Contudo, para sublinhar melhor a distinção entre as feiras e os dias festivos, acreditam melhor omitir sempre este canto nos dias feriais. Inclusive nos domingos, é melhor omitir esta aclamação que recitá-la sem canto. Os domingos não se pode celebrar nenhuma outra missa que não seja a do dia. Nas feiras, assinalada-las no Calendário Litúrgico com a letra (D), existe a possibilidade de celebrar alguma missa distinta da do dia. Se nas feiras quer fazer a memória de algum santo, se substitui a coleta ferial pela do santo. Outros elementos devem ser feriais (inclusive a oração sobre as ofertas e depois da comunhão). IV. RECOMENDAÇÕES E SUGESTÕES. 1. Textos eucológicos. A Quaresma é o tempo do ano que possui maior riqueza de textos eucológicos (conjunto de orações de um livro litúrgico ou de uma celebração). A missa não só tem própria a primeira oração de cada dia, mas também inclusive a oração sobre as ofertas e a oração depois da comunhão. Mas, além destes textos obrigatórios, sublinharíamos a importância de outros formulários que podem usar-se livremente: A. O ato penitencial da missa. Seria recomendável destacar, durante este tempo, esta parte da celebração. Poderiam, por exemplo, variar-se cada dia da semana as invocações (a nova edição do Missal Romano oferece para isso uma variedade de possibilidades), e cantar diariamente –não limitar-se a rezar- o “Senhor tenha piedade”. É uma maneira singela de sublinhar o caráter penitencial destes dias. B. Oração dos fiéis. Conviria empregar alguns formulários nos quais se atendesse o significado próprio deste tempo, e nos que se incluíram algumas solicite pelos pecadores, a teor do que se diz a respeito no Concílio Vaticano II (ver Sacrosanctum Concilium, N. 109). Do mesmo modo, e seguindo o pedido do Papa, podem-se incluir petições pela paz do mundo, pela família, pela defesa da vida, e pelas vocações. C. Prefácios. No ano A, todos os domingos têm um prefácio próprio que glosa o evangelho do dia. Nos anos B e C, têm prefácio próprio os domingos I e II e no domingo de Ramos. Os restantes domingos, usa-se um dos prefácios comuns de Quaresma. O mais apropriado para no domingo IV é o prefácio I, por suas alusões à Páscoa que se aproxima. Em troca o prefácio IV por suas alusões ao jejum, não é apropriado para no domingo. Para as feiras há cinco prefácios. Todos estes prefácios terá que distribui-los de maneira que nenhum deles fique esquecido. Por seu caráter penitencial, o IV está especialmente indicado para as sextas-feiras. C. 1 O espírito da Quaresma em seus Prefácios. A última edição de Missal Romano (1988), traz cinco Prefácios de Quaresma, destinados às quatro primeiras semanas deste tempo. A semana V e VI, como se recorda, dispõem de dois Prefácios da Paixão do Senhor. Os cinco prefácios quaresmais são estes: Prefácio I: Significação espiritual da Quaresma. A usar-se sobre tudo no domingo, quando não assinalou prefácio próprio. Este prefácio apresenta quatro linhas de força: Em primeiro lugar define a atitude do cristão na quaresma: “desejar ano após ano a solenidade da páscoa”. Este prefácio apresenta a meta positiva do processo quaresmal e da vida cristã: participar de plenitude do mistério pascal do Senhor Jesus. O que desejamos e celebramos é o mistério de Cristo renovado em nossa vida: a Igreja, que se incorpora à Páscoa de seu Senhor. Em segundo lugar a tarefa quaresmal se descreve com três pinceladas: nos libertar do pecado e nos purificar interiormente; nos dedicar com maior empenho ao louvor divino (vida de oração); e finalmente viver mais intensamente o amor fraterno (a caridade). Em terceiro lugar sublinha que a meta última a que tende o processo quaresmal é “chegar a ser com plenitude filhos de Deus”, em Cristo, o Filho por excelência, em quem fomos enxertados pelo Batismo. Finalmente, em quarto lugar, o prefácio sublinha que tudo é iniciativa divina, a que a pessoa humana deve corresponder segundo o máximo de suas possibilidades ou capacidades: “por Ele concede a seus filhos desejar, ano após ano...” A Palavra de Deus e os Sacramentos nos ajudam em nosso caminho para a santidade. Prefácio II: A penitência espiritual. A ser usado sobre tudo no domingo, quando não assinalou um prefácio próprio. Este prefácio sublinha o sentido da penitência quaresmal. A Quaresma é apresentada como um tempo de graça (tempo de misericórdia), que Deus nos oferece para conseguir a purificação interior do espírito. nos ver livres do pecado, de nossos vícios e escravidões, reordenando adequadamente nossas potências e paixões, aprendendo a usar os bens materiais como médios e não como fins, compreendendo sua natureza perecível e portanto não nos apegando a eles desordenadamente. Este é o sentido da penitência quaresmal: mudança de mentalidade (metanoia), despojar do homem velho para revestir do homem novo. Prefácio III: Os frutos das privações voluntárias. A usar-se durante as feiras e os dias de abstinência e jejum. Este prefácio concreta ainda mais esta “penitência” e assinala o por que da abstinência e o jejum. O jejum tem uma dupla finalidade: por uma parte mitigar nossos apetites desordenados, e por outra parte aliviar as necessidades do próximo com o fruto de nossa renúncia. Com isso damos graças a Deus e nos fazemos discípulos e instrumentos de seu amor. Prefácio IV: Os frutos do jejum. A usar-se durante as feiras e os dias de abstinência e jejum. É o mais antigo dos prefácios quaresmais. limita-se a destacar o jejum como elemento central da Quaresma, nos apresentando o aspecto “ascético” deste tempo litúrgico. Prefácio V: O caminho do êxodo quaresmal. A usar-se durante as feiras deste tempo. Este prefácio foi incorporado na última edição do Missal Romano (1988). Tem um título dinâmico e sugestivo. Apresenta a Deus como Pai rico em misericórdia, quem toma a iniciativa de nossa salvação porque “pelo grande amor com que nos amou, estando mortos por causa de nossos delitos, vivificou-nos junto com Cristo –por graça fostes salvos- e com Ele nos ressuscitou e nos fez sentar nos céus em Cristo Jesus” (Ef 2,4-6). O prefácio apresenta o caminho da Igreja na Quaresma como um “novo êxodo”, onde a Igreja está chamada a fazer penitência e renovar sua vocação de povo da aliança nova e eterna, chamado a bendizer o nome de Deus, a escutar sua Palavra e a experimentar com gozo suas maravilhas. Além destes cinco prefácios numerados, há outros vários, virtualmente para cada domingo, sobre tudo no Ciclo A. Primeiro no domingo, centra-se nas tentações de Jesus no deserto. Segundo no domingo, sobre a Transfiguração do Senhor. Os terceiro, quarto e quinto domingos, têm prefácios claramente batismais, respondendo às leituras evangélicas, que apresentam os grandes temas quaresmais da água (a samaritana), a luz (o cego de nascimento) e a vida (Lázaro). Como já indicamos há outros dois prefácios de Paixão, para os últimos dias da Quaresma e Semana Santa. São onze prefácios em total. Podemos tirar proveito deles para nossa pregação e nossa catequese. Neles estão as idéias-força do mistério de salvação que sucede em nosso caminho quaresmal-pascal. d. Preces Eucarísticas. Podem ser usadas duas preces eucarísticas sobre a reconciliação, sobre tudo quarta-feira e sexta-feira, que são os dias mais penitenciais da Quaresma. E. Introdução ao Pai Nosso. Durante o tempo de Quaresma, pode ser sugestivo destacar na introdução ao Pai Nosso o pedido: “nos perdoe nossas ofensas”, ou “Livrai-nos do mal”. F. Bênção Solene e Orações sobre o povo. A nova edição do Missal Romano (1988), incorporou uma bênção solene para este tempo, que na edição anterior do Missal não existia. Por isso será oportuno usá-la sobre tudo Na Quarta-feira de Cinza e os domingos de Quaresma. Também se podem usar para os domingos as “orações sobre o povo” que traz o Missal Romano ao final do elenco das Bênçãos Solenes, e que são as antigas bênçãos romanas. Para os domingos as mais aconselháveis são as dos números 4, 11, 18, 20 e 21. Não deve-se esquecer no domingo VI de Quaresma ou de Paixão tem bênção própria. Se para as feiras quer empregar alguma das “orações sobre o povo”, as mais apropriadas são as dos números, 6, 10, 12, 15, 17 e 24. A 17 são muito apropriada para as sextas-feira. 2. Programa de cantos. a) Canto de entrada da missa. Este canto tem que dar a cor quaresmal ao conjunto da celebração eucarística. Deve ser penitencial ou, nos dias sexta-feira e nas duas últimas semanas, alusivos à cruz do Senhor. portanto terá que pôr muito cuidado em sua escolha. b) Salmo responsorial. Deve-se respeitar sempre na liturgia da Missa e não ser alegremente substituído por qualquer canto. Não nos cansaremos de dizer que o Salmo forma parte integral da Liturgia da Palavra; que é Palavra de Deus, e que a palavra divina nunca pode ser substituída pela palavra humana. Na medida do possível se deve cantar. Mas se a assembléia não pode cantar a antífona própria do salmo da missa, podem-se procurar algumas antífonas aplicáveis a todas as missas, sempre e quanto estas antífonas respeitem o sentido do salmo. Assim por exemplo se podem selecionar antífonas penitenciais, quando o salmo for penitencial (por exemplo, “Perdão, Senhor, Perdão”; ou “Sim me levantarei”); ou aclamações que aludam à paixão do Senhor, quando o salmo sugira a oração de Cristo na cruz (por exemplo “me Proteja meu Deus”). Em caso que isto tampouco se possa fazer é preferível ler o salmo, e a assembléia responder com a antífona indicada, a cantar uma resposta que não tenha o mesmo sentido do salmo. c) Aclamação antes do evangelho. Podem fazer-se estas indicações: - É melhor reservá-la unicamente para os dias mais solenes (domingos e três primeiras feiras de Semana Santa), e omiti-la nas feiras. - Nunca a deve cantar um solista (não é um segundo salmo responsorial), mas sim a assembléia ou um coro. O melhor é que seja um canto vibrante e aclamação a Cristo que falará no santo evangelho. d) Cantos de comunhão. Deverão ser evitados os que tiverem um matiz penitencial, pois a comunhão é sempre um momento festivo. No momento de comungar não se trata de criar um ambiente quaresmal, mas sim acompanhar festivamente a procissão eucarística. Por isso é bom para este momento da Santa Missa escolher cantos alusivos ao convite eucarístico. e) Preparação dos cantos da Vigília e do Tempo pascal. Terá que dedicar durante a Quaresma um tempo cada semana para ensaiar cantos pascais. Isto não se situa somente na linha de uma necessidade prática com vistas às festas e ao tempo litúrgico que se aproximam, mas sim além disso contribuirá a viver a Quaresma como um caminho para a páscoa, criando o desejo de desejar sua celebração. Nesta linha, tem tanta importância os ensaios em si como a explicação de alguns textos cantados. Nestes ensaios quaresmais deveria procurar-se que o repertório pascal progredisse de ano em ano, e, assim, os cantos pascais superassem os dos outros ciclos, como a Páscoa supera em solenidade as outras festas. Como cantos mais importantes poderiam ser: Um “Aleluia” vibrante (e possivelmente novo) que, bem ensaiado desde o começo da Quaresma, poderia-o saber bem toda a assembléia. Um “Glória” solene e extraordinário, que poderia estrear-se na Noite Santa de Páscoa e converter-se no “Glória” próprio da cinquentena, ou pelo menos da Oitava de Páscoa. É bom recordar que o “Glória” que se escolha deve recolher em sua totalidade o texto litúrgico do Missal Romano. Aquele que cantará o “Pregão Pascal” na Vigília Pascal, deverá praticá-lo com a suficiente antecipação e nunca deixar seu ensaio para o último momento. 3. Preparação do círio pascal. O círio pascal é talvez o sinal mais próprio e expressivo das celebrações pascais. Por isso, não é suficiente comprá-lo (seria imperdoável usar o círio de outros anos, pois a Páscoa é a renovação de tudo), mas sim é necessário ambientar sua futura presença, e, obter que os fiéis o desejem, pois o representa ao Senhor glorificado. Por isso sugerimos que se organize o IV Domingo de Quaresma uma coleta entre os fiéis para adquiri-lo. O IV Domingo de Quaresma, é no domingo da alegria no caminho penitencial para a Páscoa, e nos convida a pensar na Páscoa como uma celebração já muito próxima. Com isso resultaria mais verdadeira a expressão que se cantará no pregão pascal: “Em esta noite de graça, aceita, Pai santo, este sacrifício vespertino de louvor que a Santa Igreja te oferece por meio de seus ministros na solene oferenda deste círio”. É evidente que esta expressão perde todo seu sentido se se usar um círio que já foi, por dizê-lo assim, “devotado” anteriormente. 4. Oração, mortificação e caridade. São as três grandes práticas quaresmais ou meios da penitência cristã (ver MT 6,1-6.16-18). Acima de tudo, está a vida de oração, condição indispensável para o encontro com Deus. Na oração, o cristão ingressa no diálogo íntimo com o Senhor, deixa que a graça entre em seu coração e, a semelhança de Santa Maria, abre-se à oração do Espírito cooperando a ela com sua resposta livre e generosa (ver Lc 1,38). portanto devemos neste tempo animar a nossos fiéis a uma vida de oração mais intensa. Para isso poderia ser aconselhável introduzir a reza de Alaúdes ou Vésperas, na forma que resulte mais adequada: os domingos ou nos dias de trabalho, como uma celebração independente ou unidos à Missa; convidar a nossos fiéis a formar algum grupo de oração que se reúna estavelmente sob nosso guia, uma vez por semana durante meia hora. Desta maneira além de rezar podemos lhes ensinar a fazer oração; incentivar a oração pela conversão dos pecadores, oração própria deste tempo; etc. Além disso, não se pode esquecer que a Quaresma é tempo propício para ler e meditar diariamente a Palavra de Deus. Por isso seria muito bom oferecer a nossos fiéis a relação das leituras bíblicas da liturgia da Igreja de cada dia com a confiança de que sua meditação seja de grande ajuda para a conversão pessoal que nos exige este tempo litúrgico. A mortificação e a renúncia, nas circunstâncias ordinárias de nossa vida, também constituem um meio concreto para viver o espírito da Quaresma. Não se trata tanto de criar ocasiões extraordinárias, mas sim mas bem oferecer aquelas circunstâncias cotidianas que nos são molestas; de aceitar com humildade, gozo e alegria, os distintos contratempos que nos apresenta o ritmo da vida diária, fazendo ocasião deles para nos unir à cruz do Senhor. Da mesma maneira, o renunciar a certas coisas legítimas ajuda a viver o desapego e o desprendimento. Inclusive o fruto dessas renúncias e desprendimentos o podemos traduzir em alguma esmola para os pobres. Dentro desta praxe quaresmal estão o jejum e a abstinência, dos que nos ocuparemos mais adiante em um parágrafo especial. A caridade. De entre as distintas práticas quaresmais que nos propõe a Igreja, a vivência da caridade ocupa um lugar especial. Assim nos lembra São Leão Magno: “estes dias quaresmais nos convidam de maneira premente ao exercício da caridade; se desejamos chegar à Páscoa santificados em nosso ser, devemos pôr um interesse especialíssimo na aquisição desta virtude, que contém em si às demais e cobre multidão de pecados”. Esta vivência da caridade devemos viver a de maneira especial com aquele a quem temos mais perto, no ambiente concreto no que nos movemos. Desta maneira, vamos construindo no outro “o bem mais precioso e efetivo, que é o da coerência com a própria vocação cristã” (João Paulo II). “Há maior felicidade em dar que em receber” (At 20,35). Segundo João Paulo II, o chamado a dar “não se trata de um simples chamado moral, nem de um mandato que chega ao homem de fora” mas sim “está radicado no mais fundo do coração humano: toda pessoa sente o desejo de ficar em contato com os outros, e se realiza plenamente quando se dá livremente a outros”. “Como não ver na Quaresma a ocasião propícia para fazer opções decididas de altruísmo e generosidade? Como médios para combater o desmedido apego ao dinheiro, este tempo propõe a prática eficaz do jejum e a esmola. Privar-se não só do supérfluo, mas também também de algo mais, para distribui-lo a quem vive em necessidade, contribui à negação de si mesmo, sem a qual não há autêntica praxe de vida cristã. Nutrindo-se com uma oração incessante, o batizado demonstra, além disso, a prioridade efetiva que Deus tem na própria vida”. Por isso será oportuno discernir, conforme à realidade de nossas comunidades, que campanhas a favor dos pobres podem organizar durante a Quaresma, e como devemos animar a nossos fiéis à caridade pessoal. A oração, a mortificação e a caridade, ajudam-nos a viver a conversão pascal: do fechamento do egoísmo (pecado), estas três práticas da quaresma nos ajuda a viver a dinâmica da abertura a Deus, a nós mesmos e a outros. 5. A abstinência e o jejum. A prática do jejum, tão característica da antiguidade neste tempo litúrgico, é um “exercício” que libera voluntariamente das necessidades da vida terrena para redescobrir a necessidade da vida que vem do céu: “Não só de pão vive o homem, mas também de toda palavra que sai da boca de Deus” (MT 4,4; ver Dt 8,3; Lc 4,4; antífona de comunhão do I Domingo de Quaresma) O que exigem a Abstinência e o Jejum? A abstinência proíbe o uso de carnes, mas não de ovos, laticínios e qualquer condimento a base de gordura de animais. São dias de abstinência todas as sextas-feiras. O jejum exige fazer uma só refeição durante o dia, mas não proíbe tomar um pouco de alimento pela manhã e de noite, atendo-se, no que respeita à qualidade e quantidade, aos costumes locais passados (Constituição Apostólica poenitemi, sobre doutrina e normas da penitência, III, 1,2). São dias de jejum e abstinência a Quarta-feira de Cinza e a Sexta-feira Santa. Quem está chamados à abstinência e ao jejum? à Abstinência de carne: os maiores de 14 anos. Ao Jejum: os maiores de idade (18 anos) até os 59 anos. por que o Jejum? Fala-nos o Santo Padre: “É necessário dar uma resposta profunda a esta pergunta, para que fique clara a relação entre o jejum e a conversão, isto é, a transformação espiritual que aproxima o homem a Deus. “O abster-se da comida e a bebida tem como fim introduzir em à existência do homem não só o equilíbrio necessário, mas também também o desprendimento do que se poderia definir como “atitude consumista. “Tal atitude veio a ser em nosso tempo uma das características da civilização ocidental. A atitude consumista! O homem, orientado para os bens materiais, muito freqüentemente abusa deles. A civilização se mede então segundo a quantidade e a qualidade das coisas que estão em condições de prover ao homem e não se mede com o metro adequado ao homem. “Esta civilização de consumo ministra os bens materiais não só para que sirvam ao homem em ordem a desenvolver as atividades criativas e úteis, mas sim cada vez mais para satisfazer os sentidos, a excitação que se deriva deles, o prazer momentâneo, uma multiplicação de sensações cada vez maior. “O homem de hoje deve jejuar, quer dizer, abster-se de muitos meios de consumo, de estímulos, de satisfação dos sentidos: jejuar significa abster-se de algo. O homem é ele mesmo solo quando consegue dizer-se a si mesmo: Não. Não é a renúncia pela renúncia: mas sim para o melhor e mais equilibrado desenvolvimento de si mesmo, para viver melhor os valores superiores, para o domínio de si mesmo”. 6. A Confissão. A Quaresma é tempo penitencial por excelência e portanto se apresenta como tempo propício para impulsionar a pastoral este de sacramento conforme ao que nos pediu recentemente o Santo Pai e nosso Arcebispo Primaz, já que a confissão sacramental é a via ordinária para alcançar o perdão e a remissão dos pecados graves cometidos depois do Batismo. Não terá que esquecer que nossos fiéis sabem, por uma larga tradição eclesiástica, que o tempo de Quaresma-Páscoa está em relação com o preceito da Igreja de confessar o próprios pecados graves, ao menos uma vez ao ano. Por tudo isso, terá que oferecer horários abundantes de confissões. 7. A Quaresma e a Piedade Popular. A Quaresma é tempo propício para uma interação fecunda entre liturgia e piedade popular. Entre as devoções de piedade popular mais freqüentes durante a Quaresma, que podemos animar estão: A Veneração a Cristo Crucificado. No Tríduo pascal, na sexta-feira Santa, dedicado a celebrar a Paixão do Senhor, é o dia por excelência para a “Adoração da Santa Cruz”. Entretanto, a piedade popular deseja antecipar a veneração cultual da Cruz. De fato, ao longo de todo o tempo quaresmal, na sexta-feira, que por uma antiqüíssima tradição cristã é o dia comemorativo da Paixão de Cristo, os fiéis dirigem com gosto sua piedade para o mistério da Cruz. Contemplando ao Salvador crucificado captam mais facilmente o significado da dor imensa e injusta que Jesus, o Santo, o Inocente, padeceu pela salvação do homem, e compreendem também o valor de seu amor solidário e a eficácia de seu sacrifício redentor. Nas manifestações de devoção a Cristo crucificado, os elementos acostumados da piedade popular como cantos e orações, gestos como a ostensão e o beijo da cruz, a procissão e a bênção com a cruz, combinam-se de diversas maneiras, dando lugar a exercícios de piedade que às vezes resultam preciosos por seu conteúdo e por sua forma. Não obstante, a piedade em relação à Cruz, com freqüência, tem necessidade de ser iluminada. deve-se mostrar aos fiéis a referência essencial da Cruz ao acontecimento da Ressurreição: a Cruz e o sepulcro vazio, a Morte e a Ressurreição de Cristo, são inseparáveis na narração evangélica e no intuito salvífico de Deus. A Leitura da Paixão do Senhor. Durante o tempo de Quaresma, o amor a Cristo crucificado deverá levar a comunidade cristã a preferir na quarta-feira e na sexta-feira, sobre tudo, para a leitura da Paixão do Senhor. Esta leitura, de grande sentido doutrinal, atrai a atenção dos fiéis tanto pelo conteúdo como pela estrutura narrativa, e suscita neles sentimentos de autêntica piedade: arrependimento das culpas cometidas, porque os fiéis percebem que a Morte de Cristo aconteceu para remissão dos pecados de todo o gênero humano e também dos próprios; compaixão e solidariedade com o Inocente injustamente açoitado; gratidão pelo amor infinito que Jesus, o Irmão primogênito, demonstrou em sua Paixão para com todos os homens, seus irmãos; decisão de seguir os exemplos de mansidão, paciência, misericórdia, perdão das ofensas e abandono crédulo nas mãos do Pai, que Jesus deu de modo abundante e eficaz durante sua Paixão. Via Sacra. Entre os exercícios de piedade com os que os fiéis veneram a Paixão do Senhor, há poucos que sejam tão estimados como a Via Sacra. Através deste exercício de piedade os fiéis percorrem, participando com seu afeto, a última parte do caminho percorrido pelo Jesus durante sua vida terrena: do Monte das Oliveiras, onde no “horto chamado Getsemani” (Mc 14,32) o Senhor foi “presa da angústia” (Lc 22,44), até o Monte Calvário, onde foi crucificado entre dois malfeitores (ver Lc 23,33), ao jardim onde foi sepultado em um sepulcro novo, escavado na rocha (ver Jo 19,40-42). Um testemunho do amor do povo cristão por este exercício de piedade são os inumeráveis Via Sacras nas Igrejas, nos santuários, nos claustros e inclusive ao ar livre, no campo, ou na ascensão a uma colina, a qual as diversas estações lhe conferem uma fisionomia sugestiva. No exercício de piedade da Via Sacra confluem também diversas expressões características da espiritualidade cristã: a compreensão da vida como caminho ou peregrinação; como passo, através do mistério da Cruz, do exílio terreno à pátria celeste; o desejo de conformar-se profundamente com a Paixão de Cristo; as exigências do seguimento de Cristo, segundo a qual o discípulo deve caminhar atrás do Mestre, levando cada dia sua própria cruz (ver Lc 9,23) portanto devemos motivar sua oração nas quartas-feiras e/ou sexta-feira de quaresma. 8. A Virgem Maria na Quaresma. No plano salvífico de Deus (ver Lc 2,34-35) estão associados Cristo crucificado e a Virgem dolorosa. Como Cristo é o “homem de dores” (Is 53,3), por meio do qual se agradou Deus em “reconciliar consigo todos os seres: os do céu e os da terra, fazendo a paz pelo sangue de sua cruz” (Col 1,20), assim Maria é a “mulher da dor”, que Deus quis associar a seu Filho, como mãe e partícipe de sua Paixão. Dos dias da infância de Cristo, toda a vida da Virgem, participando do rechaço de que era objeto seu Filho, transcorreu sob o sinal da espada (ver Lc 2,35). Por isso a Quaresma é também tempo oportuno para crescer em nosso amor filial àquela que ao pé da Cruz entregou a seu Filho, e se entregou Ela mesma com Ele, por nossa salvação. Este amor filial podemos expressar durante a Quaresma impulsionando certas devoções marianas próprias deste tempo: “As sete dores de Santa Maria Virgem”; a devoção a “Nossa Senhora, a Virgem das Dores” (cuja memória litúrgico se pode celebrar na sexta-feira da V semana de Quaresma; e a reza do Santo Rosário, especialmente os mistérios de dor. Também podemos impulsionar o culto da Virgem Maria através de Missas da Bem-aventurada Virgem Maria, cujos formulários de Quaresma podem ser usados no sábado. V. NORMAS LITÚRGICAS COMPLEMENTARES. 1. Quarta-feira de Cinza. A bênção e imposição da cinza se faz depois do evangelho e da homilia. Com motivo deste rito penitencial, ao começar a missa deste dia se suprime o ato penitencial acostumado. Por isso, depois que o celebrante beijou o altar, saúda o povo e, continuando, podem-se dizer as invocações, “Senhor tenha piedade”, (sem antepor outras frases, pois hoje não são o ato penitencial), e a oração coleta, e acontece com a liturgia da palavra. Depois da homilia se faz a bênção e imposição da cinza; acabada esta, o celebrante lava as mãos e continua a celebração com a oração dos fiéis. 2. Domingo IV de Quaresma. Por ser no domingo da alegria no caminho quaresmal para a Páscoa, durante todo no domingo IV, dos I Vésperas que se celebram na sábado anterior, é conveniente pôr flores no altar e tocar música durante as celebrações. Desta maneira se sublinha a quão fiéis esta perto a grande festa da Páscoa e que o fruto de nosso esforço quaresmal, será ressuscitar com o Senhor à vida verdadeira. 3. Feiras da V Semana de Quaresma. As feiras da V Semana de Quaresma –antiga semana de Paixão- têm umas pequenas características próprias: sem deixar de ser tempo de Quaresma, já tomam algo da cor própria de na próxima Semana Santa e com isso inauguram, em certa maneira, a preparação do Tríduo Pascal, nos levando a contemplação da glória da cruz de Jesus Cristo. É conveniente não esquecer que na missa, diz-se todos os dias o prefácio I da Paixão do Senhor Vivendo a Quaresma Durante este tempo especial de purificação, contamos com uma série de meios concretos que a Igreja nos propõe e que nos ajudam a viver a dinâmica quaresmal. Antes de tudo, a vida de oração, condição indispensável para o encontro com Deus. Na oração, se o cristão inicia um diálogo íntimo com o Senhor, deixa que a graça divina penetre em seu coração e, a semelhança de Santa Maria, se abra à ação do Espírito cooperando com ela com sua resposta livre e generosa (ver Lc. 1,38). Como também devemos intensificar a escuta e a meditação atenta à Palavra de Deus, a assistência freqüente ao Sacramento da Reconciliação e a Eucaristia, e mesmo a prática do jejum, segundo as possibilidades de cada um. A mortificação e a renúncia nas circunstâncias ordinárias de nossa vida também constituem um meio concreto para viver o espírito de Quaresma. Não se trata tanto de criar ocasiões extraordinárias, mas bem, de saber oferecer aquelas circunstâncias cotidianas que nos são incômodas, de aceitar com alegria os diferentes contratempos que nos apresenta o dia a dia. Da mesma maneira, o saber renunciar a certas coisas legítimas nos ajuda a viver o desapego e o desprendimento. Dentre as diversas práticas quaresmais que a Igreja nos propõe, a vivência da caridade ocupa um lugar especial. Assim nos recorda São Leão Magno: "estes dias de quaresma nos convidam de maneira apremiante ao exercício da caridade; se desejamos chegar à Pascoa santificados em nosso ser, devemos por um interesse especialíssimo na aquisição desta virtude, que contém em si as demais e cobre multidão de pecados". Esta vivência da caridade deve ser vivida de maneira especial com aqueles a quem temos mais próximos, no ambiente concreto em que nos movemos. Assim, vamos construindo no outro "o bem mais precioso e efetivo, que é o da coerência com a própria vocação cristã" (João Paulo II) Como viver a Quaresma 1. Arrependendo-me de meus pecados e confessando-me. Pensar em quê ofendi a Deus, Nosso Senhor, se me dói tê-lo ofendido, se estou realmente arrependido. Este é um bom momento do ano para realizar uma confissão preparada e de coração. Revise os mandamentos de Deus e da Igreja para poder fazer uma boa confissão. Sirva-se de um livro para estruturar sua confissão. Busque tempo para realizá-la. 2. Lutando para mudar: Analise sua conduta para conhecer em quê esta falhando. Faça propósitos para cumprir dia a dia e revise à noite se os alcançou. Lembre-se de não colocar muitos propósitos porque será muito difícil cumpri-los todos . Deve-se subir as escadas de degrau em degrau, não se pode subir toda ela de uma só vez. Conheça qual é o seu defeito dominante e faça um plano para lutar contra ele. Teu plano deve ser realista, prático e concreto para poder cumpri-lo. 3. Fazendo sacrificios: A palavra sacrifício vem do latim sacrum-facere, significa "fazer sagrado". Então, fazer um sacrifício é fazer alguma coisa sagrada, quer dizer, oferecê-la por amor a Deus, porque o ama, coisas que dão trabalho. Por exemplo, ser amável com um vizinho com quem você não simpatiza ou ajudar alguém em seu trabalho. A cada um de nós há algo que nos custa fazer na vida de todos os dias. Se oferecemos isto a Deus por amor, estamos fazendo sacrifício. 4. Oração: Aproveite estes dias para rezar, para conversar com Deus, para dizê-lo que o ama e que quer estar com Ele. Pode ser útil um bom livro de meditação para Quaresma. Você pode ler na Bíblia passagens relacionadas com a quaresma. Jejum e abstinência O jejum consiste em fazer uma só refeição forte ao dia. A abstinência consiste em não comer carne. A Quarta-feira de Cinzas e a Sexta-feira Santa são dias de abstinência e jejum. A abstinência é obrigatória a partir dos quatorze anos e o jejum dos dezoito aos cinqüenta e nove anos de idade. Com estes sacrifícios, trata-se de que todo nosso ser (alma e corpo) participe em um ato onde reconheça a necessidade de fazer obras com as quais reparemos o dano causado com nossos pecados e para o bem da Igreja. O jejum e a abstinência podem ser trocados por outro sacrifício, dependendo do que ditem as Conferências Episcopais de cada país, pois elas têm autoridade para determinar as diversas formas de penitência cristã. Por que o Jejum? É necessário dar uma profunda resposta a esta pergunta, para que fique clara a relação entre o jejum e a conversão, isto é, a transformação espiritual que aproxima o homem a Deus. O abster-se de comida e bebida tem com como fim introduzir na existência do homem não somente o equilíbrio necessário, mas também o desprendimento do que se poderia definir como "atitude consumista". Tal atitude veio a ser em nosso tempo uma das características da civilização ocidental. O homem, orientado aos bens materiais, muito freqüentemente abusa deles. A civilização se mede então segundo quantidade e a qualidade das coisas que estão em condições de prover ao homem e não se mede com a medida adequada ao homem. Esta civilização de consumo fornece os bens materiais não somente para que sirvam ao homem em ordem a desenvolver as atividades criativas e úteis, mas cada vez mais para satisfazer os sentidos, a excitação que deriva deles, o prazer, uma multiplicação de sensações cada vez maior. O homem de hoje deve abster-se de muitos meios de consumo, de estímulos, de satisfação dos sentidos, jejuar significa abster-se de algo. O homem é ele mesmo quando consegue dizer a si mesmo: Não. Não é uma renúncia pela renúncia: mas para melhor e mais equilibrado desenvolvimento de si mesmo, para viver melhor os valores superiores, para o domínio de si mesmo. Exame de consciência Precisamente por sermos pecadores, ficamos cegos diante de nossos pecados. Satanás quer nos fazer ver que não há mal no que fazemos. Então o coração se endurece, torna-se insensível às exigências do amor. Por isso é tão importante a conversão do coração. "Por isso, como diz o Espírito Santo: "Se escutardes hoje MINHA voz, não endureceis o coração... Atenção irmãos! Que nenhum de vós tenhais um coração mau e incrédulo..." Hb 3. Deus é um Pai amoroso que nos faz ver o pecado para nos dar a graça do arrependimento e nos perdoar. O nos quer livres. O demônio não quer que vejamos nosso pecado. Mas se procurarmos o caminho de Deus tratará de nos acusar com nossos pecados para que nós desanimemos e voltemos atrás. Podemos discernir então a diferença. Deus mostra o pecado para libertar e perdoar; o demônio o esconde mas quando o mostra é para que nos desesperemos. Devemos rejeitar energicamente estes pensamentos e ir à confissão com toda confiança no perdão de Deus. Deus SEMPRE perdoa quando há arrependimento. É muito proveitoso fazer exame de consciência diário e também, com toda humildade, nos abrir a que pessoas próximas de nós nos corrijam. "Se examinássemos a nós mesmos, não seríamos condenados." (1 Cor. 11, 31) O exame se faz diante de Deus, escutando sua voz na consciência. Preparação para a confissão Preparação remota: Educamo-nos na fé pelo estudo da Palavra, o Catecismo, leitura dos Santos, participação nos ensinamentos... A prática séria do que aprendemos. O exame diário de consciência. Preparação imediata: O exame de consciência antes de confessar. Vamos a um lugar tranqüilo, preferivelmente diante do sacrário, para orar. Só Deus pode iluminar sobre nossa realidade e nos dar os meios para responder à graça. Contemplamos a vida de Jesus e seu amor manifesto em Sua Cruz. "Contemplai ao que transpassaram" Jo 19:37. Como respondi a tanto amor, a tantas graças?. Examinamos nossa vida diante da lei de Deus. Por isso ajuda ter um exame escrito que nos recorde o que esquecemos. Recordamos que não se trata de sugestões, Deus nos deu MANDAMENTOS. Quebrá-los é quebrar nossa aliança com Deus e cair em pecado. Não se trata tão somente de enumerar pecados mas sim de descobrir a atitude do coração e com DOR POR NOSSOS PECADOS, FAZER O FIRME PROPÓSITO DE NÃO VOLTAR A COMETÊ-LOS. Sempre há áreas nas quais somos mais fracos e requerem atenção especial mas se compreendermos que Cristo -não a cultura- é a medida, veremos que em tudo temos muito que crescer. A confissão só pode ser feita diante de um sacerdote. Exame de conciência com base nas quatro rupturas Examine-se - ajudado por estas perguntas - quais pecados você cometeu desde sua última confissão? Trate de não ficar no exterior, mas sim nas atitudes do coração e as omissões. Ruptura com Deus: Amo na verdade a Deus com todo meu coração ou vivo mais apegado às coisas materiais? Preocupei-me por renovar minha fé cristã através da oração, a participação ativa e atenta da missa dominical, a leitura da Palavra de Deus, etc.? Guardo os domingos e dias de festa da Igreja? cumpri com o preceito anual da confissão e a comunhão pascal? Tenho uma relação de confiança e amizade com Deus, ou cumpro somente com ritos externos? Professei sempre, com vigor e sem temores minha fé em Deus? manifestei minha condição de cristão na vida pública e privada? Ofereço ao Senhor meus trabalhos e alegrias? Recorro a Ele constantemente, ou só o busco quando o necessito? Tenho reverência e amor para o nome de Deus ou lhe ofendo com blasfêmias, falsos juramentos ou usando seu nome em vão? Ruptura comigo mesmo: Sou soberbo e vaidoso? Considero-me superior a outros? Procuro aparentar algo que não sou para ser valorizado por outros? Aceito a mim mesmo, ou vivo na mentira e no engano? Sou escravo de meus complexos? Que uso tenho feito do tempo e dos talentos que Deus me deu? Me esforço por superar os vícios e inclinações más como a preguiça, a avareza, a gula, a bebida, a droga? Caí na luxúria com palavra e pensamentos impuros, com desejos ou ações impuras? Realizei leituras ou assisti a espetáculos que reduzem a sexualidade a um mero objeto de prazer? Caí na masturbação ou a fornicação? cometi adultério? Recorri a métodos artificiais para o controle da natalidade? Ruptura com os irmãos e com a criação: Amo de coração o meu próximo como a mim mesmo e como o Senhor Jesus me pede que o ame? Em minha família colaboro em criar um clima de reconciliação com paciência e espírito de serviço? Foram os filhos obedientes a seus pais, prestando-lhes respeito e ajuda em todo momento Preocupam-se os pais em educar na vida cristã seus filhos e de respirá-los em seu compromisso de vida com o Senhor Jesus? Abusei que meus irmãos mais fracos, usando-os para meus fins? Insultei meu próximo? Escandalizei-o gravemente com palavras ou com ações? Se me ofenderam, sei perdoar, ou guardo rancor e desejo de vingança? Compartilho meus bens e meu tempo com os mais pobres, ou sou egoísta e indiferente à dor de outros? Participo das obras de evangelização e promoção humana da Igreja? Me Preocupo pelo bem e a prosperidade da comunidade humana em que vivo ou passo a vida preocupado tão somente comigo mesmo? cumpri com meus deveres cívicos? paguei meus tributos? Sou invejoso? Sou fofoqueiro e enganador? Difamei ou caluniei alguém? Violei segredos? Fiz julgamentos temerários sobre outros? Sou mentiroso? Causei algum dano físico ou moral a outros? Inimizei-me com ódios, ofensas ou brigas com meu próximo? fui violento? Procurei ou induzi ao aborto? Fui honesto em meu trabalho? Usei corretamente a criação ou abusei dela com fins egoístas? Roubei? Fui justo na relação com meus subordinados tratando-os como eu gostaria de ser tratado por eles? Participei do negócio ou consumo de droga? Caí na fraude ou estelionato? Recebi dinheiro ilícito? Exame de consciência a partir dos 10 Mandamentos Este exame é para aqueles que, amando a Cristo, não se conformam evitando pecados graves, mas sim desejam amá-lo com todo o coração. Amará a Deus sobre todas as coisas (Primeiro mandamento). Não tomará o nome de Deus em vão. (Segundo Mandamento) amei a Deus acima de tudo? -A quem (ou o que) dei a maior atenção? -Fiz da minha família, trabalho, apostolados, programas, idéias ou outras coisas boas meu primeiro amor? -Sei na prática o que é confiar no amor e o poder de Deus? -Confio tudo a Deus ou quero fazer tudo eu sozinho? -Confio em Deus quando tudo parece ir mal? -Caí na superstição ou outra prática religiosa alheia ao cristianismo? Oração Diária Como foi diariamente minha vida de oração?: -Tempo pessoal com Deus; liturgia das horas; oração familiar? -Louvei a Deus; dei-lhe graças ou me queixei? -Intercedo por minha família, grupo, Igreja, pelo mundo? -Orei com o coração, aberto ao Espírito Santo? -Tomo tempo para discernir? -Sei o que é esperar no Senhor, escutá-lo? -Tenho feito isso? -Quando me dá algum ensinamento eu o guardo em meu coração e procuro aprofundá-lo? -Incluo meu esposo/a (ou outra pessoa formada e prudente) em meu discernimento ou só lhes informo de minhas decisões?; -Escuto, obedeço e respeito aos que têm legitima autoridade sobre mim (leis justas, chefes, etc.)?. -Que critérios tenho para determinar se algo que quero fazer é do Espírito Santo ou é meu?,-Parece-me importante ter e seguir sempre esses critérios? -Uso os dons que Deus me deu para sua glória? -Estou aberto a receber novos dons segundo Deus disponha? -Fui legalista (fazendo sozinho o necessário para cumprir) ou vivo minha fé no Espírito me entregando com todo o coração? Obediência -Procuro conhecer na oração a vontade de Deus para minha vida? -Obedeço o ensino do magistério ou interpreto à minha maneira? -O que motiva minha vida, a vontade de Deus ou meus próprios "bons" planos (minha vontade). -Permito que Deus me guie ou lhe "entrego" os planos já feitos para que os abençoe?. -Meus gostos, critérios, dúvidas, confusões, pensamentos, atitudes e valores -em que instâncias não estiveram sob o Senhor? -Em meus gostos, meus critérios, medos, dúvidas, confusões... Estudo -Estudo a fé católica (Bíblia, magistério, livros sólidos) ou me contento com meu próprio modo de entender a Deus?, Estou avançando em minha formação como devo?. -Que passos práticos dou para me formar na fé? Ordem e Prioridades -Meu tempo responde às prioridades de Deus ou às pressões de qualquer pessoa ou ocasião para `ficar bem'?); Interpreto o que faço na perspectiva da vida eterna?; Reflito sobre minha morte; sobre o julgamento final? -Tenho prioridades claras e sou firme para vivê-las? Perco o tempo (revistas, programas, etc.) que não edificam? -Tenho um horário e organizo o dia com disciplina, dando tempo a cada área com sabedoria: oração, família, trabalho...?; Em que me desordenei? Fico em algo que eu gosto sabendo que é hora de fazer outra coisa? -Respeito o tempo e necessidades dos outros: quando procuro ajuda, ao telefone, etc..? -Cuido da saúde; tenho algum vício, falta de exercício, descanso, alimentação... Cuido-me muito? Santificará o dia do Senhor. (Terceiro Mandamento) Guardo o dia do Senhor para o Senhor ou trabalho desnecessariamente nesse dia? -Vou à missa todos os domingos?;adorei e pus todo meu coração em Cristo Eucarístico que me espera no sacrário? -Eu o amei e consolei pelo tanto que é ofendido? -Vou a missa diária se puder?; recebi com preparação o Senhor? A Cruz -meditei diante da cruz?; procuro seu poder transformador e sua sabedoria?; como se manifesta em minha vida? -Peço a Deus a graça de amar a cruz? -Saí da vontade de Deus para evitar a cruz? -Uno minha cruz à de Cristo?: problemas, doenças, responsabilidades, pessoas, minha idade, minha vocação... -Procuro a satisfação de todas minhas necessidades físicas e emocionais ou sei me mortificar por amor a Jesus?. -Me uno à cruz de quem sofre?; Sacrifico-me para amar?. Confissão -Rejeito o pecado embora este seja aceitável segundo a cultura?; pensei ou atuei levianamente como se a retidão dos Santos é "exagero"? -Evitei a ocasião de pecado: ambientes, programas, más amizades...? -Procuro que Deus me mostre meu pecado (também pecados velhos e esquecidos)?. -Reconheço e reparo com responsabilidade meus pecados e faltas ou me justifico? -Quando me corrigem, fico agradecido?. -Quando foi minha última confissão?, Minimizei o pecado por pena?; houve mudanças?. -Fiz uma confissão completa ou escondi algo? -Há algo (hábito, ferida, complexo) que o inimigo usa para seu proveito?; o que faço para permitir que Deus me liberte? -Devo me reconciliar com alguém e não o tenho feito? Maria -Consagrei a Ela e, se o tiver feito, vivo minha consagração plenamente? -Como? -Aceito seu cuidado maternal?; Deixo-me formar por ela? -Como?. -Recorro a ela em oração, medito sua vida?. Relacione com outros -Estão todas minhas relações à luz do Senhor: amorosas, castas,e sinceras? -Guardo ódios ou inimizades? -Brigas, rivalidades, violências, ambições, discórdias, sectarismo, dissensões, invejas, embriaguezes -Fui fiel aos compromissos com meus irmãos e com outros?; Estou crescendo nestes compromissos? -Sou confiável no lar, grupo, trabalho...?; -Cumpro minhas promessas, compromissos, guardo confidencialidade? -Procuro a unidade no Senhor? (Fl. 2, 1-11, 1 Cor. 10,17) -Sou serviçal? -Sou atento sem ser curioso? -Sou prudente no que falo e como atuo? -Sou agradecido pelo serviço de rotina que recebo? Honrará a teu pai e tua mãe (Quarto mandamento). No Lar -Obedeço, cuido e honro meus pais segundo minha idade e suas necessidades? -Fico de cara feia? -Dou tempo à família?; Jantar juntos?; Diversões? -Hospitalidade? -Relação com irmãos? -Responsabilidade nos estudos? -Ajuda econômica no lar segundo a necessidade? Casados: (além do mencionado) -Protejo minha casa e os meus das más influências do ambiente? Como? -Manipulei com meus estados de ânimo e aborrecimentos para que se faça o que quero? -Permito que outros (pais, amigos) manipulem ou se anteponham ao matrimônio? . -Honro e respeito a meu esposo/a em todo momento? -Compartilhei com meu esposo/a a visão para a família?; O escuto com interesse?; -Expresso amor, carinho e respeito a meu esposo/a?; -E a meus filhos? -Detecto os problemas e os enfrento com sabedoria? -Que medidas tomo para que minha casa seja um lar? -Sou responsável e ordenado com a economia?; Ajudo-lhes para que possam orar, estudar, descansar, ir a seu grupo, cumprir suas responsabilidades? Formação: dos filhos: compartilho com eles, ensino e guio?, escuto?, Ensino e dou disciplina com sabedoria?; dou-lhes boa educação para que sejam bons cristãos? Não matarás. (Quinto Mandamento) De algum modo matei ou atentei contra a vida? (ex.: apoio ou participação em aborto, suicídio, dirigir sem cuidado, atos irresponsáveis que põem uma vida em perigo, agressão, violência, etc.? atentei contra a dignidade de alguém?. Não cometerás atos impuros. (não adultério, não fornicação) (Sexto Mandamento) -Procurei afetividade fora da ordem do Senhor? -Como distingo entre sentimentalismo e uma autêntica relação de amor entre irmãos?; Me relaciono segundo meu estado de ânimo ou o que edifica no amor? -Fantasias ou atos impuros, comigo mesmo ou com outros? -Piadas, programas, atitude sedutora, indecência em vestir? -Obedeço o plano de Deus para a sexualidade em meu estado de vida? Não roubarás (Sétimo mandamento). -De algum modo roubei? Descuidando ou não devolvendo propriedade alheia ou comum)? Aproveito-me do meu de posto para benefício pessoal? Não levantarás falsos testemunhos nem mentirás (Oitavo Mandamento) -Quem inspira minhas palavras: Deus ou meu ego?quis dar minha opinião em tudo? -Digo a verdade?; revelei segredos; julguei ou fiz fofocas? -Queixei-me procurando comiseração ou desafogo? -Pus minha atenção ao indevido -Falei o que não edifica: piadas grosseiras, que ferem a alguma raça, nacionalidade, etc.? Não consentirás pensamentos nem desejos impuros (Nono Mandamento) - Cobicei a mulher ou o marido de meu próximo? - Olhei a um homem a uma mulher de maneira impura? Não cobiçarás os bens alheios (Décimo Mandamento) - Desejei os bens alheios? - Fui invejoso? - Fui avaro? - Comi mais do que necessito? - Fui orgulhoso? Obras de Misericórdia -Corporais: solidariedade com doentes/famintos/sedentos/presos/nus/forasteiros Enterrar os mortos. Vejo estes como irmãos pelos quais me entrego?. -Espirituais: dar bom conselho/ corrigir/ perdoar (guardo algum ressentimento?)/ consolar/ sofrer com paciência as moléstias do próximo/ rezar pelos vivos e os mortos. -Estou atento à dor alheia?; Faço a acepção de pessoas segundo sua aparência? -Vivo em simplicidade?; -Imito a Cristo que foi pobre?, sou livre de apegos materiais? -Isto se reflete em minha atitude nas compras?; deixo-me levar por desejos?; quais? -Coopero com as obras da Igreja com verdadeiro sacrifício e amor ou dou de minhas sobras? Evangelização -Sou testemunho?; Sou sal da terra e luz do mundo? -Me esforço de todo coração para que Cristo seja conhecido e amado por todos? -Estou em comunhão com o espírito missionário da Igreja? -Levo a minhas amizades ao Senhor ou deixo que elas me arrastem ao mundo? -Quando evangelizo, faço com segurança ou como se fosse uma opinião qualquer?; Respondo ao Espírito ou me paralisa pensar no `que dirão'? Domínio das Emoções: Ressentimentos, caprichos, impulsos, medos.... -Quais são minhas emoções mais salientes?; Submeto-as ao Senhor para as processar para o bem? de que forma estão afetando meu comportamento? -Procuro primeiro meu interesse e comodidade ou servir com amor? Exame de consciência com base nos pecados capitais e as virtudes contrárias Soberba / Humildade -Fui humilde ao pensar, comparei-me com outros, tratei de chamar a atenção com minha sabedoria', meu físico, etc.?; Reconheço-me pequeno?; Desprezo os outros em meu coração? -Me ressenti pelo trato ou posto recebido?; Qual é a motivação de minhas aspirações?. -Distingo entre o que é doutrina e o que é minha opinião?; -Sou prudente ao dar minha opinião; acredito que é a única; acredito que sem minha presença as coisas não vão bem? -Sei distinguir o que é minha missão ou me intrometo no que não me corresponde? -Reconheço que não tenho razão de me glorificar mas sim em Cristo?; De que forma minhas ações estão misturadas com orgulho, vaidade, egoísmo? -Reconheço meus enganos e peço perdão? -Posso ajudar sem mandar? Avareza / Generosidade -Estou apegado às coisas, Sacrifico tempo, dinheiro, para servir segundo o plano de Deus?. -Jogo com o dinheiro? Luxúria / Castidade (já examinado acima) Ira / Paciência -Sei lidar com as cruzes, doenças, problemas com relações, trabalho, etc.? -Perco a paz; manifesto mau humor quando as coisas não são como eu espero? -Jogo a culpa nas circunstâncias?. Gula / Moderação -Como mais do necessário?, Faço jejum? -Estou viciado em álcool, drogas, pílulas? Inveja / Caridade -Sinto ciúmes por posições, talentos... outros grupos da Igreja? ou me alegro quando outros melhoram. Que casos posso pensar em que não me alegre? Preguiça / Diligência -Fiquei adormecido como os discípulos diante do que Jesus me pedia? -Sou atento a cumprir meus deveres? -O que faço para edificar minha família e grupo? -Sou rápido em servir mesmo que não tenho vontade? -`Descanso' mas do que necessário? -Deixo as coisas para mais tarde Bem-aventuranças (Mateus 5, 1-2) -Fui pobre de espírito, livre de apegos?, -Fui manso, paciente, edificando com os meios Santos? -Chorei diante dos pecados que ofendem a Deus? -Ttive fome e sede de justiça? -Fui misericordioso? -Fui limpo de coração, puro de pensamento? -Trabalho pela paz, em minha pessoa, lar, grupo, mundo? -Sofro com alegria ao ser perseguido por causa da justiça (como reajo diante das critica "injustas" ou incompreensões? Depois do exame se devem fazer resoluções por escrito, segundo o estado atual para trabalhar nele e revisá-lo mas tarde. 
 Orações:
 Oração de Quaresma Pai nosso, que estais no Céu, durante esta época de arrependimento, tende misericórdia de nós. Com nossa oração, nosso jejum e nossas boas obras, transformai nosso egoísmo em generosidade. Abri nossos corações à vossa Palavra, curai nossas feridas do pecado, ajudai-nos a fazer o bem neste mundo. Que transformemos a escuridão e a dor em vida e alegria. Concedei-nos estas coisas por Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém. 
 Oração do Fiat Santa Maria, ajuda-me a esforçar-me segundo o máximo de minha capacidade e o máximo das minhas possibilidades para assim responder ao Plano de Deus em todas as circunstâncias concretas da minha vida. Amém. 
 Para ser Melhor Auxílio dos pecadores, sempre disposta ao perdão e a intercessão, obtém-me as graças que me sejam necessárias para encaminhar retamente minha vida, rejeitar energicamente o pecado, fugir de suas ocasiões e colocar os melhores meios para purificar-me segundo o desígnio divino e assim encaminhar-me em direção daquele que é a própria Vida Amém. 
 Diante as Tentações Mãe querida acolhe-me em teu regaço, cobre-me com teu manto protetor e, com esse doce carinho que tens por teus filhos afasta de mim as ciladas do inimigo, e intercede intensamente para impedir que suas astúcias me façam cair. A ti me confio e em tua intercessão espero. Amém. 
 Para Viver o Perdão Diante das dúvidas sobre ti respondeste com o perdão. Diante da perseguição e das muitas murmurações respondeste com o perdão. Diante da insídia e da ímpia ofensa, respondeste com o perdão. Diante da infâmia da conspiração contra o Justo, respondeste com o perdão. Diante da traição e da dor que esta traz, respondeste com o perdão. Mãe de Misericórdia, teu coração bondoso transborda de clemência, por isso te imploro que me obtenhas o perdão pelos muitos males que fiz, e também, ó Mãe, ensina-me a perdoar como Tu, que, diante de tantos males que te fizeram, inclusive arrebatar do teu lado teu divino Filho sempre respondeste com o mais magnânimo perdão. Amém.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

10 CONSELHOS DE BENTO XVI AOS JOVENS

1) Conversar com Deus “Algum de vós poderia talvez identificar-se com a descrição que Edith Stein fez da sua própria adolescência, ela, que viveu depois no Carmelo de Colônia: “Tinha perdido consciente e deliberadamente o costume de rezar”. Durante estes dias (de Jornada Mundial da Juventude) podereis recuperar a experiência vibrante da oração como diálogo com Deus, porque sabemos que nos ama e, a quem, por sua vez, queremos amar”.

 2) Contar-lhe as penas e alegrias “Abri o vosso coração a Deus. Deixai-vos surpreender por Cristo. Dai-lhe o ‘direito de vos falar’ durante estes dias. Abri as portas da vossa liberdade ao seu amor misericordioso. Apresentai as vossas alegrias e as vossas penas a Cristo, deixando que ele ilumine com a sua luz a vossa mente e toque com a sua graça o vosso coração.

 3) Não desconfiar de Cristo “Queridos jovens, a felicidade que buscais, a felicidade que tendes o direito de saborear, tem um nome, um rosto: o de Jesus de Nazaré, oculto na Eucaristia. Só ele dá plenitude de vida à humanidade. Dizei, com Maria, o vosso ‘sim’ ao Deus que quer entregar-se a vós. Repito-vos hoje o que disse no princípio de meu pontificado: Quem deixa entrar Cristo na sua vida não perde nada, nada, absolutamente nada do que faz a vida livre, bela e grande. Não! Só com esta amizade se abrem de par em par as portas da vida. Só com esta amizade se abrem realmente as grandes potencialidades da condição humana. Só com esta amizade experimentamos o que é belo e o que nos liberta. Estai plenamente convencidos: Cristo não tira nada do que há de formoso e grande em vós, mas leva tudo à perfeição para a glória de Deus, a felicidade dos homens e a salvação do mundo”.

 4) Estar alegres: querer ser santos “Para além das vocações de consagração especial, está a vocação própria de todo o batizado: também é esta uma vocação que aponta para um ‘alto grau’ da vida cristã ordinária, expressa na santidade. Quando encontramos Jesus e acolhemos o seu Evangelho, a vida muda e somos impelidos a comunicar aos outros a experiência própria (…). A Igreja necessita de santos. Todos estamos chamados à santidade, e só os santos podem renovar a humanidade. Convido-vos a que vos esforceis nestes dias por servir sem reservas a Cristo, custe o que custar. O encontro com Jesus Cristo vos permitirá apreciar interiormente a alegria da sua presença viva e vivificante, para testemunhá-la depois no vosso ambiente”.

 5) Deus: tema de conversa com os amigos “São tantos os nossos companheiros que ainda não conhecem o amor de Deus, ou procuram encher o coração com sucedâneos insignificantes. Portanto, é urgente ser testemunhos do amor que se contempla em Cristo. Queridos jovens, a Igreja necessita autênticos testemunhos para a nova evangelização: homens e mulheres cuja vida tenha sido transformada pelo encontro com Jesus; homens e mulheres capazes de comunicar esta experiência aos outros”.

 6) No Domingo, ir à Missa “Não vos deixeis dissuadir de participar na Eucaristia dominical e ajudai também os outros a descobri-la. Certamente, para que dela emane a alegria que necessitamos, devemos aprender a compreendê-la cada vez mais profundamente, devemos aprender a amá-la. Comprometamo-nos com isso, vale a pena! Descubramos a íntima riqueza da liturgia da Igreja e a sua verdadeira grandeza: não somos os que fazemos uma festa para nós, mas, pelo contrário, é o próprio Deus vivo que prepara uma festa para nós. Com o amor à Eucaristia redescobrireis também o sacramento da Reconciliação, no qual a bondade misericordiosa de Deus permite sempre que a nossa vida comece novamente”.

 7) Demonstrar que Deus não é triste “Quem descobriu Cristo deve levar os outros para ele. Uma grande alegria não se pode guardar para si mesmo. É necessário transmiti-la. Em numerosas partes do mundo existe hoje um estranho esquecimento de Deus. Parece que tudo anda igualmente sem ele. Mas ao mesmo tempo existe também um sentimento de frustração, de insatisfação de tudo e de todos. Dá vontade de exclamar: Não é possível que a vida seja assim! Verdadeiramente não”.

 8) Conhecer a fé “Ajudai os homens a descobrir a verdadeira estrela que nos indica o caminho: Jesus Cristo. Tratemos, nós mesmos, de conhecê-lo cada vez melhor para poder conduzir também os outros, de modo convincente, a ele. Por isso é tão importante o amor à Sagrada Escritura e, em consequência, conhecer a fé da Igreja que nos mostra o sentido da Escritura”.

 9) Ajudar: ser útil “Se pensarmos e vivermos inseridos na comunhão com Cristo, os nossos olhos se abrem. Não nos conformaremos mais em viver preocupados somente conosco mesmo, mas veremos como e onde somos necessários. Vivendo e atuando assim dar-nos-emos conta rapidamente que é muito mais belo ser úteis e estar à disposição dos outros do que preocupar-nos somente com as comodidades que nos são oferecidas. Eu sei que vós, como jovens, aspirais a coisas grandes, que quereis comprometer-vos com um mundo melhor. Demonstrai-o aos homens, demonstrai-o ao mundo, que espera exatamente este testemunho dos discípulos de Jesus Cristo. Um mundo que, sobretudo mediante o vosso amor, poderá descobrir a estrela que seguimos como crentes”.

 10) Ler a Bíblia “O segredo para ter um ‘coração que entenda’ é edificar um coração capaz de escutar. Isto é possível meditando sem cessar a palavra de Deus e permanecendo enraizados nela, mediante o esforço de conhecê-la sempre melhor. Queridos jovens, exorto-vos a adquirir intimidade com a Bíblia, a tê-la à mão, para que seja para vós como uma bússola que indica o caminho a seguir. Lendo-a, aprendereis a conhecer Cristo. São Jerônimo observa a este respeito: ‘O desconhecimento das Escrituras é o desconhecimento de Cristo’”. Fonte: opusdei.org.br

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

O que é ser católico?

O que é ser católico? Católico: totalmente discípulo, missionário; totalmente cristão!

Imagem de Destaque Um jovem me fez essa pergunta. Disse que há algum tempo está em crise de fé e tem buscado a solução em igrejas evangélicas. Em uma delas, ao se confessar católico, ouviu dizer que a palavra “católico” nem sequer está na Bíblia. Pedi que ele abrisse a sua Bíblia no Evangelho de Mateus, capítulo 28, versículos 18b-20.
“É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.” Você percebeu que fiz questão de colocar em negrito uma palavrinha que aparece de modo insistente no texto: “TODO”. Jesus tem todo o poder; devemos anunciá-Lo a todos os povos, guardar todo o ensinamento d’Ele na certeza de que estará todos os dias conosco. Essa ordem de Cristo foi levada muito a sério pelos discípulos. Em grego a expressão “de acordo com o todo” pode ser traduzida por “Kat-holon”. Daí vem a palavra “católico” (em grego seria: Καθολικός). Ao longo do primeiro e segundo séculos os seguidores de Jesus Cristo começaram a ser reconhecidos como “cristãos” e “católicos”. As duas palavras eram utilizadas indistintamente. Ser católico já significava “ser plenamente cristão”. O Catolicismo, portanto, é o Cristianismo na sua “totalidade”. É a forma mais completa de obedecer ao mandato do Mestre antes de sua volta para o Pai. O mesmo mandato pode ser lido no Evangelho de Marcos 16,15: “Ide e pregai o Evangelho a toda criatura”. Há, portanto, uma catolicidade vertical, que é ter o Cristo todo, ou seja, ser discípulo; e uma catolicidade horizontal, que é levar o Cristo a todos, ou seja, ser missionário. Isso é ser católico: totalmente discípulo, totalmente missionário, totalmente cristão! Ao que tudo indica o termo “católico” se tornou mais popular a partir de Santo Inácio de Antioquia (discípulo de São João), pelo ano 110 d.C. Pode significar tanto a “universalidade” da Igreja como a sua “autenticidade”. Quase na mesma época, São Policarpo utilizava o termo “católico” também nesses dois sentidos. São Cirilo de Jerusalém (315-386), bispo e doutor da Igreja, dizia: “A Igreja é católica porque está espalhada por todo o mundo; ensina em plenitude toda a doutrina que a humanidade deve conhecer; conduz toda a humanidade à obediência religiosa; é a cura universal para o pecado e possui todas as virtudes” (“Catechesis” 18:23). Veja que já estão bem claros os dois sentidos de “católico” como “universal e ortodoxo”. Durante mil anos os dois significados estiveram unidos. Mas por volta do ano 1000 aconteceu um grande cisma, que dividiu a Igreja em “Ocidental e Oriental”. A Igreja do Ocidente continuou a ser denominada “católica” e a Igreja do Oriente adotou o adjetivo de “ortodoxa”. Na raiz as duas palavras remetem ao significado original de Igreja: “autêntica”. A Igreja católica reconhece que cristãos de outras Igrejas podem ter o batismo válido e possuir sementes da verdade em sua fé. Porém, sabe que apenas ela conserva e ensina, sem corrupção, TODA a doutrina apostólica e possui TODOS os meios de salvação. Devemos viver e promover a sensibilidade ecumênica favorecendo a fraternidade com os irmãos que pensam ou vivem a fé cristã de um modo diferente. Mas isso não significa abrir mão de nossa catolicidade. Quando celebramos a Eucaristia seguimos à risca a ordem do Mestre, que disse: “Fazei isso em memória de mim!” A falta da Eucaristia deixa uma grande lacuna em algumas Igrejas. Um pastor evangélico, certa vez, me disse que gostaria de rezar a Ave-Maria, mas, por ser evangélico, não conseguia. Perguntei por quê? Ele disse que se sentia incomodado toda vez que lia o “Magnificat” em que a Santíssima Virgem proclama: “Todas as gerações me chamarão de bendita” (Lc 1,48)… E se questionava sobre o porquê de sua geração tão evangélica não fazer parte desta geração que proclama Bem-aventurada a Mãe do Salvador!

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

O significado da Cruz

(Retirado do Blog do Padre Camilo)

O poder sobrenatural da Cruz de Caravaca está ao seu alcance através de uma oração que poderá fazer um milagre em sua vida.

O que é a Cruz de Caravaca:
É um crucifixo com dois braços. No centro temos a figura de Jesus ou seu monograma JHS e nas laterais encontram-se dois anjos ajoelhados em postura de oração.

Caravaca é uma antiga cidade do interior da Espanha. Conta a lenda que o Príncipe Mouro Ibn-Hud conhecido por Muhammad ben Yaquib (os mouros dominavam a região na época) desejava conhecer a fé cristã. Quando soube que um de seus prisioneiros era o pároco Gines Perez Chirinos, ordenou-lhe que celebrasse uma missa. Seus servos limparam uma sala do castelo de Alcázar e montaram um altar de acordo com a lista e especificações do sacerdote preso. No dia escolhido para a celebração estavam presentes não só o príncipe mulçumano, mais toda a sua família, seus servos e alguns soldados. Logo de início Perez Chirinos sentiu falta da cruz, por seu esquecimento ela não foi colocada na lista. Apreensivo, teve que explicar a todos que não poderia continuar o rito. Ibn-Hud ficou muito decepcionado e frustrado. Diante desta situação um milagre aconteceu: surgiram pela janela dois anjos que trouxeram uma cruz até o altar. O Principe Ibn-Hud, sua família e todos os mulçumanos que estavam no local se converteram ao cristianismo. O pároco e os prisioneiros foram libertados. A Santa Cruz apareceu no Castelo Alcázar de Caravaca em 3 de maio de 1232, desde então as sucessões de inúmeros milagres fizeram a devoção a Cruz de Caravaca conquistar fiéis no mundo inteiro.

Apesar de seu um objeto de devoção originalmente católico, este poderoso amuleto passou a ser adotada também pelos cruzados, templários, missionários, esotéricos e bruxos como símbolo de proteção.  

A cruz de Caravaca chegou no Brasil trazida pelos primeiros colonizadores, na esquadra de Martin Afonso de Souza.
  
Foto da Cruz Missionário do Templo de São Miguel – RS – Brasil

Imagem interna do Santuário de Caravaca – Espanha
 
A IGREJA CATÓLICA E A CRUZ:
Á esquerda, um sacerdote católico submergindo na água a Cruz de Caravaca em rito espanhol. Na imagem da direita temos o Papa Bento XVI carregando a Cruz de Caravaca no Ostensório, e ao seu lado podemos perceber o brasão da Cruz de Caravaca da poltrona.

De acordo com a cultura popular e influências diversas, a Cruz de Caravaca pode adquirir outros nomes:
Santíssima Vera Cruz de Caravaca
Cruz das Missões
Cruz de Lorena
Cruz de Borgonha
Cruz de São Miguel
Cruz Missioneira
Wishing Cross (cultura afro-americana)

O significado é de proteção e devoção, ela é usada em forma de relíquia peitoral ou pedestal. Os dois braços representam a distinção arquiepiscopal ou patriarcal. Popularmente os dois braços significam fé redobrada.
O Pároco Gines Perez Chirinos inspirado pelos anjos, escreveu algumas orações em latim, nós mostraremos tradução da Novena da Cruz de Caravaca e como ela deve ser rezada.

Observação: Nesta oração o fiel aceita sua condição de pecador e pede o perdão antes de receber a graça; solicita proteção contra o mal e deseja forças para caminhar no bem; invoca os poderes místicos do sangue e das chagas de Cristo, dos cravos e da cora de espinho; Uma oração com palavras fortes, completa e poderosa!

COMO REZAR:
- Esta novena é poderosa e milagrosa, contudo a fé é parte fundamenta para se alcançar uma graça;
- Esta oração deve ser rezada de pé, diante de um crucifixo;
- Genuflexão é o ato de dobrar os joelhos, deve ser feito sempre que mencionada na oração juntamente com o sinal da cruz;
- Se houver outras pessoas, elas devem permanecer de joelhos durante toda a oração, somente a pessoa que reza fica de pé;
- Por se tratar de uma novena, o rito deve ser repetido por nove dias consecutivos;
- A oração deve ser recitada preferencialmente a partir das 7 da noite. Ou se preferir, reze a novena sempre às 3 horas da tarde;
- A cada dia da novena, antes de iniciar a oração, acenda uma vela branca junto a Cruz (crucifixo).


SAUDAÇÃO A CRUZ
Ave sagrada e milagrosa Cruz em que padeceu Nosso Senhor Jesus Cristo pelos nossos pecados.  (de pé – genuflexão- faça o sinal da cruz)

MILAGROSA ORAÇÃO DA CRUZ DE CARAVACA
(de pé – genuflexão- faça o sinal da cruz)

Nós vos adoramos Senhor Jesus Cristo e Nós vos Bendizemos porque com Vossa Santa Cruz salvastes o mundo (genuflexão- faça o sinal da cruz)
Pequei Senhor e por isso suplico vossa misericórdia, Vós que perdoastes o pecado do mundo, perdoai os meus pecados. (genuflexão- faça o sinal da cruz)

Restitui-me Senhor a alegria do Vosso amparo e dai-me forças para caminha na prática do bem. Não desprezeis Senhor meu Deus as minhas preces. (genuflexão- faça o sinal da cruz)

Nós vos adoramos Senhor Jesus Cristo e Nós vos Bendizemos porque com Vossa Santa Cruz salvastes o mundo

Vós que sois louvado pelos céus. A vós todos os Serafins, Querubins, Arcanjos, Anjos proclamam: “Santo, Santo, Santo, Senhor dos exércitos” por todos os séculos dos séculos, assim seja.

Meu Senhor Jesus. Vós que derramastes Vosso Santíssimo Sangue na Cruz, nos abriste o caminho do céu, nós vos rogamos a Vossa benção. Compadecei-Vos de nós, Senhor. Suplicamos a Vossa clemência e que nunca desampareis os que imploram Vossa Graça e Vossa proteção em suas atribulações.

Salve Cruz Gloriosa, Santo Madeiro, Milagroso Lenho! (faça o sinal da cruz)

Diante de Vossa Cruz nós Vos imploramos Senhor Jesus, meu Deus, meu Redentor, que Vossa misericórdia nos conceda a graça:
(mencione aqui o seu pedido)

Pelas Vossas Cinco Chagas, pelas Vossa Coroa de Espinhos, Pelos Cravos que feriram Vossos pés e Mãos, atendei-nos Senhor, e lavai os nossos pecados.

Bendita Cruz em que foi cravado Nosso Senhor Jesus Cristo, estendei sobre nós os vossos braços protetores. Defendei-nos, Sagrado Lenho, das tentações demoníacas. Santa Cruz, nós viemos a Ti como ao nosso verdadeiro abrigo e fortaleza. nosso escudo e arma, nossa luz e salvação dos perigos, doenças, crimes e pecados. (genuflexão- faça o sinal da cruz)

Meu Senhor Jesus Cristo, sede meu Mestre e meu Amigo, concedei-me com perdão dos meus pecados a graça de:
(repita aqui o seu pedido)

Aliviai nosso coração aflito, confortai nosso ânimo. Iluminai nosso espírito e dai-nos coragem para evitarmos o pecado: (ajoelhe-se)

Eis o Lenho da Cruz em que pendeu a Salvação do mundo.
“Ágios ó Théos, Ágios íchirós, Âgio Athánatos, Eléiseon Imás.”

Louvado seja o Senhor
Para Sempre seja louvado.
Assim seja, amém.

(rezar um Pai Nosso e um Creio em Deus Pai)

(FIM DA NOVENA)

UTILIZE EM MOMENTO DE GRANDE PERIGO
(A invocação a seguir deve ser feita em casos de grande perigo, de preferência reze de joelhos.)

(faça o sinal da cruz)  ”Pela Santíssima Cruz em que vós, Nosso Senhor Jesus Cristo, padeceste e morreste, salvai-nos. Estendei sobre mim vossa graça. Dai-me a colher os frutos da cruz, símbolo do Vosso Sacrifício. A vós suplico proteção, pela Santa Cruz de Caravaca e aos Vossos pés me abrigo. Valei-me, pela minha fé. Assim seja, amém.”